O OUTRO LADO DAS COISAS – CONTOS – 2ª EDIÇÃO
O OUTRO LADO DAS COISAS – CONTOS – 2ª EDIÇÃO
- Modelo: O OUTRO LADO DAS COISAS – CONTOS – 2ª EDIÇÃO
- Autor(es):
Rejane Machado
- Disponibilidade: 2-3 Dias
-
R$25,00
- Sem impostos: R$25,00
O Fazer
Formal
A
visita às Artes Plásticas, aos Concertos e Sinfonias – no fazer ficcional e
suas técnicas – acaba, aqui, neste O outro
lado das coisas, se tensionando com a própria condução do modo
narrativo da A. Aqui e ali, ao longo do livro, a carga de plasticidade
(intensos jogos visuais) – os recursos do Impressionismo literário.
Narrador
onisciente, inclusive nas interferências intercaladas, até prescindindo do
Discurso Indireto Livre, favorece a caracterização de personagens, muitos
deuteragonistas (mas não distantes dos proto). Tudo se completa (ambiência e
gentes) através recursos do tempo retardado da narrativa, em minúcias, detalhes
funcionais. Os desfechos, como em Cinco minutos (ou “as coisas não têm volta”)
não se valem dos arremates, e o curioso: lacônicos, a exemplo da gradação conclusiva
do conto acima: Dois minutos depois,
já vestido, feita a barba, verificou os documentos no bolso,
da rua.apanhou
as chaves, bateu a porta e saiu para a claridade
Técnicas
na justa medida, e adequação no raro dialogismo ostensivo. Formalmente, livro
muito bem solucionado.
Elaboração
Conteudística
“Deixa
estar, mãe, que quando eu crescer ele não vai mais te bater...” O início do
conto O segundo dia, reproduzindo
o solidário apelo-consolo do menino diante da mãe sempre surrada pelo seu
homem, bem repete o critério e a sensibilidade da A. diante dos personagens,
dos dramas e perplexidades da vida. A narrativa, aqui como em tantas outras,
enfatiza fins trágicos (ou não) a morte como imagem iterativa.
Curioso
é que se trata, em vários contos, de flagrantes do cotidiano, envolvidos por
intensa laceração emotiva, tal fossem longas crônicas. Entanto, transcendendo,
revelam-se problemáticas de preocupação com os contextos sociais, que sufocam
o homem (cotas “para eles”). Exemplo nítido, intenso, de fiel retrato do
dia-a-dia de casal humilde e desencontrado, vem à tona em Destino onde a mulher se desespera
com os troca-troca do marido, sempre levando a pior com amigos e parceiros: a
máquina de costura dela por um inútil e absurdo, faisão.
O
conto-desfecho do livro, De volta,
em sua alta carga de indefinição, pleno de expectativas, tangência as narrativas
estranhamente encantatórias, através “visões” da “falecida”. De volta?
O
poder da doçura é modelo, antológico, de narrativa evocativa-lírica, na bruma e
nos sons que envolvem a personagem (em la. pessoa), e que a rejuvenescem,
remetendo às lembranças de contemplações e ações que viveu com o amado, em meio
a exercício, justo, de metalinguagem, na leitura de um livro, no esboço de
análise do texto (técnica do narrador, heranças barrocas) na imagem do
“galante cavaleiro.”
Ainda
em termos de personagens, Sortilégio expõe
seu Nonô, o compadre Vicente, e uma galeria de personagens inesquecíveis (mais
o cão). Todos em sua “vidinha boa”, interiorana, pungente.
A
Autora em seus contos, fiel aos diversos títulos, na verdade conjuga o olhar ao
cotidiano, inventários de memória, tropeços, sortilégio, a denúncia e cotas.
Enfim, a doçura de momentos líricos, a destinação, o momento certo dos desfechos, o (possível) retorno. O que veio antes: titulo (s) ou o todo narrativo? Não importa decifrar. Ideia-puxa-ideia. Talento configura. O outro lado das coisas?
Ivan Cavalcanti Proença
Parametros Livraria | |
ISBN | 978-85-411-1348-9 |
Acabamento | Brochura |
Edição | 2ª |
Ano | 2017 |
Páginas | 152 |
Altura | 21 cm |
Largura | 14 cm |
Peso | 189 grs |
Idioma | Português |
Cidade | Rio de Janeiro |
Estado | RJ |
Etiquetas: Contos